22 de abr. de 2010

do blog de marcelo rubens paiva


Presença marcante em eventos dos Parlapatões é a de anões. Com quem gasto horas conversando, pois ficamos na mesma altura [piada interna] e nos identificamos.
Desta vez, numa longa conversa com a enfermeira KÊNIA, que trabalha há anos na Beneficência Portuguesa, e o ator HÉLIO, soube de detalhes que me deixaram pasmo.
19anao_familia
De cada 20 mil crianças que nascem, uma tem nanismo. Que é uma mutação genética, diferentemente do que a maioria pensa.
Pais normais podem ter um filho anão. Como um casal de anão pode ter filhos normais, apesar da alta probabilidade de nascer anão.
Há casos de um casal de anão ter tido gêmeos, um com nanismo e outro sem.
Os pais de HÉLIO e KÊNIA não são anões. Mas a filha deles, MARIA RITA, é [cercada por eles na foto]. Existem 80 tipos de nanismo.
E só em 2004 eles passaram a ser considerados oficialmente PORTADORES DE DEFICIÊNCIA, e se enquadraram como pessoas que podem usufruir das diversas leis pelas quais lutamos há décadas.
E eu, como um militante das antigas, não sabia de nada disso.
Mas o banheiro que é bom para um cadeirante, seguindo um desenho universal e as normas técnicas, é péssimo para um anão. Assim como um ônibus de piso baixo, o ideal para os cadeirantes.
Só agora eles têm o direito de parar nas vagas para deficientes, entrar nas leis de cotas e adquirir carros sem impostos. E preferem não uma casa baixinha [como o andar 7 ½ do filme EU QUERIA SER JOHN MALKOVICH], mas uma normal com degraus nas pias e camas.
E não existe uma loja de roupas adequadas para anões no Brasil. Não, eles não vestem roupas de crianças, são outras medidas, especialmente os sapatos.
Bebendo e aprendendo…

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