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Tortura Nunca Mais critica ação federal
Grupo diz que governo não age concretamente para recuperar ossadas de mortos na guerrilha do Araguaia
Eles criticaram o ministro da Defesa, Nelson Jobim, pela montagem do que chamaram de "operação de guerra" no Norte do País, onde guerrilheiros do PC do B e militares se enfrentaram entre 1972 e 1975. A movimentação, avaliam, assustará a população local, detentora de informações importantes sobre a localização das ossadas. Também pediram que sejam chamados a prestar depoimento militares que participaram da repressão aos guerrilheiros.
"O ministro Jobim teve o desplante de levar para uma reunião o general-chefe do serviço de inteligência do Exército", disse Victória Grabois, que perdeu três parentes no conflito - o pai e comandante da guerrilha, ex-deputado Maurício Grabois, o irmão André Grabois e o primeiro marido, Gilberto Olímpio Maria. "Achei um acinte, havia familiares de desaparecidos ali." Os familiares e o Grupo Tortura Nunca Mais afirmaram que o governo só está agindo agora por ter sido condenado na Justiça brasileira e estar sendo processado na Corte Interamericana de Direitos Humanos para que localize os restos mortais dos guerrilheiros.
A presidente do Grupo Tortura Nunca Mais no Rio, Cecília Coimbra, criticou a política de reparação financeira aos anistiados. "A reparação econômica é muito importante, mas é o fim de um processo", afirmou, lembrando que esta é a posição da Organização das Nações Unidas (ONU) e inclui a apuração do que aconteceu durante as ditaduras. "O Brasil é o mais atrasado nisso entre os países que passaram por ditaduras. Foi o mais avançado na exportação da tortura e é o mais atrasado na apuração. Não é por acaso que o governo brasileiro coloca a indenização no início."
Victória também criticou. "O governo deu o dinheiro para ver se calamos a boca. Não queremos dinheiro. Queremos a verdade."
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