17 de mai. de 2009

VEJA Recomenda


DVD

Divulgação
Expresso Transiberiano: a ingenuidade americana perdida nos grotões russos

EXPRESSO TRANSIBERIANO (Transsiberian, Inglaterra/Lituânia, 2008. Swen)

• Um casal entusiasmado, religioso e muito ingênuo (Woody Harrelson e Emily Mortimer) embarca no célebre trem, que leva dias entre a China e a Rússia, para ver o mundo e viver uma aventura. Vivem bem mais do que pretendiam: a rota atravessa alguns dos territórios mais perigosos e sem lei criados pelo colapso da União Soviética. Nem procurar a polícia adianta, já que, na bagunça em que os protagonistas se metem ao se envolver com outro casal – esse nada ingênuo –, o policial interpretado por Ben Kingsley se revelará seu inimigo mais insidioso e contumaz. O diretor Brad Anderson aproveita bem sua experiência em séries excelentes como The Shield e The Wire, casando a atmosfera de risco iminente com o humor provocado pelo absurdo da situação.

 

LIVROS

PRIMEIRA INDIVIDUAL, de Antonio Gonçalves Filho (CosacNaify; 328 páginas; 55 reais)

• Antonio Gonçalves Filho é um crítico tão talentoso quanto experiente. O autor, atualmente repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo, trabalhou ou colaborou nos últimos 25 anos nas editorias de cultura dos principais veículos do país (inclusive VEJA).Acompanhou de perto o surgimento de tendências, assim como as oscilações de mercado da arte brasileira, brindando os leitores com análises perspicazes e cheias de erudição. Primeira Individualreúne textos publicados por Gonçalves de 1983 a 2008. Organizado como uma espécie de abecedário, ele cobre as obras de 49 artistas, do expoente da arte cinética Abraham Palatnik ao neoconcreto Willys de Castro, passando pelos modernistas Guignard e Lasar Segall. Leia trecho.


Hulton Archive/Getty Images


Maupassant: um mestre do realismo e do conto fantástico

125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT (tradução de Amilcar Bettega; Companhia das Letras; 822 páginas; 55 reais)

• O francês Guy de Maupassant (1850-1893) foi o mais dedicado aluno do compatriota Gustave FlaubertConhecido por seu obsessivo cuidado estilístico, o autor de Madame Bovary impôs ao aluno a prática ininterrupta da escrita – e, ao mesmo tempo, o proibiu de publicar. Só depois de quase uma década de silêncio, em 1880, Flaubert liberou Maupassant para editar livros – e é quando ele apresenta um clássico da narrativa curta, Bola de Sebo, um instantâneo da hipocrisia burguesa da França. Acurado na observação da sociedade, Maupassant foi um mestre do realismo, e também produziu clássicos da literatura fantástica, como A Mão A Horla. Bem traduzida e selecionada, esta nova edição é o mais amplo painel da obra do autor disponível no Brasil.Leia trecho.

 

DISCOS

Fabricio Cofrini/AFP
Melody Gardot: música para superar a dor de um atropelamento

MY ONE AND ONLY THRILL, Melody Gardot (Universal)

• A carreira desta intérprete americana de 24 anos se deve a um acidente. Cinco anos atrás, ela passeava de bicicleta quando foi atropelada por um jipe – cujo dono fugiu sem prestar socorro. Ela sofreu fraturas múltiplas e passou meses presa a uma cama de hospital. A música surgiu como terapia para superar a dor e a melancolia. Desse período de recolhimento emergiram uma artista influenciada pelas cantoras-compositoras da década de 60 e uma intérprete de voz suave – mas com muito mais alma que uma Norah Jones. My One and Only Thrill é o segundo disco de Melody e tem o aval da nata do jazz – é produzido por Larry Klein, que trabalha com Madeleine Peyroux e Herbie Hancock. Há faixas calcadas no jazz, na soul music e no blues e uma boa releitura do clássico Over the Rainbow.

 

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Mirabassi e Mehmari: encontro de virtuoses – com alma

MIRAMARI, André Mehmari & Gabriele Mirabassi (Tratore)

• O encontro de dois instrumentistas virtuoses muitas vezes se transforma numa disputa tediosa de técnica e de velocidade. Não é o que acontece com Miramari, que une os talentos do pianista brasileiro André Mehmari e do clarinetista italiano Gabriele Mirabassi. A dupla, cujo repertório passeia pelo jazz, pela música erudita e popular, se conheceu em 2007. No mesmo ano, eles se reuniram para algumas apresentações e decidiram registrar a parceria em disco. Em Miramari, é curioso perceber como o clarinete de Mirabassi ganha um acento brasileiro, por exemplo, em Choro da Contínua Amizade. As dezessete faixas do disco dividem-se entre duas composições do violonista Guinga e criações individuais de Mirabassi e Mehmari.

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