27 de mai. de 2010

Soneto - Junqueira Freire



Arda de raiva contra mim a intriga, 
Morra de dor a inveja insaciável; 
Destile seu veneno detestável 
A vil calúnia, pérfida inimiga.
Una-se todo, em traiçoeira liga, 
Contra mim só, o mundo miserável. 
Alimente por mim ódio entranhável 
O coração da terra que me abriga.
Sei rir-me da vaidade dos humanos; 
Sei desprezar um nome não preciso; 
Sei insultar uns cálculos insanos.
Durmo feliz sobre o suave riso 
De uns lábios de mulher gentis, ufanos; 
E o mais que os homens são, desprezo e piso.

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