22 de abr. de 2010

CEM ANOS DE CUSTÓDIO MESQUITA 


NÃO VAI TER FESTA?



Custódio Mesquita (1910 - 1945) completaria 100 anos no próximo domingo, 25 de abril de 2010. Ofuscados pelos centenários de Noel Rosa (1910 - 1937) e Adoniran Barbosa (1910 - 1982), os 100 anos do parceiro de Sadi Cabral (1906 - 1986) no fox Mulher não mereceram, por ora, a atenção devida do meio musical e da própria mídia. Pianista e regente, o autor do fox Nada Além - feito em parceria com Mário Lago (1911 - 2002) - foi um compositor sofisticado. O refinado acabamento harmônico de suas músicas já levou jornalistas e pesquisadores de música popular a recorrer ao clichê de que Custódio Mesquita foi o "Tom Jobim dos anos 30 e 40". Mas o fato é que a maioria de sua obra caiu em progressivo esquecimento. Os foxes Mulher (gravado por Silvio Caldas em março de 1940) e Nada Além (lançado por Orlando Silva em julho de 1938) foram suas únicas músicas que realmente passaram de geração em geração através de sucessivas gravações. Há outras igualmente bonitas - como o samba-canção Saia do Caminho (lançada por Aracy de Almeida em 1946, um ano depois da morte do parceiro de Evaldo Rui no tema), Velho Realejo (valsa gravada por Silvio Caldas em março de 1940 no mesmo disco que apresentou Mulher) e Como os Rios que Correm pro Mar (lançada pelo mesmo Silvio Caldas em 1944) - que volta e meia ainda são ouvidas. Contudo, a maior parte jaz em completo esquecimento. Injustiça como o compositor projetado em 1993 com a gravação da marchinha Se a Lua Contasse por Aurora Miranda (1915 - 2005)! Seria bacana que, efemérides à parte, os intérpretes brasileiros redescobrissem o repertório de Custódio Mesquita, propagado em disco por vozes potentes como as de Carlos Galhardo (1913 - 1985), Orlando Silva (1915 - 1978) e o recorrente Silvio Caldas (1908-1998) - mas hoje quase inteiramente ignorado.

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