17 de mar. de 2010

blog do marcelo coelho

O CAVALO BRANCO





“Um dos mais belos filmes do mundo”. Se você lê isso, na capa de um DVD, a tendência é desconfiar. Por outro lado, mesmo o publicitário mais cara-de-pau poderia inventar um elogio menos exagerado, mais convincente. Se foi tão longe, e resolveu dizer que esse “é um dos mais belos filmes do mundo”, quem sabe não teria razão? De modo que peguei na locadora o filme de Albert Lamorisse, chamado “O Cavalo Branco”, que acaba de sair pela distribuidora Cinemax.
O filme tem só 47 minutos, e foi feito em 1953 em preto e branco. Mais branco do que preto, aliás. Durante a maior parte do tempo, tem a estrutura de um documentário. Conta a vida de um menino de seus dez ou onze anos, numa região do sul da França, plana e pantanosa, à beira-mar. Nessa região, a Camargue, existem até hoje bandos de cavalos selvagens.
O menino é um pescador paupérrimo, que resolve domesticar o mais selvagem desses cavalos. Vendo o filme, você naturalmente vai achando tudo bonito –a paisagem, as inúmeras sequências de galope à beira-mar, a espécie de identificação que existe entre o menino, com seus cabelos loiros, e o cavalo, com a longa crina branca.
Mas só quando o filme termina, de um modo meio onírico, é que a gente se convence de ter assistido “um dos filmes mais bonitos do mundo”. É mesmo. Tão bonito, e tão apenas bonito, que talvez nos dê a impressão de que está faltando alguma coisa nele. Mas, com 47 minutos de duração apenas, o filme de Albert Morisse (também autor de outro clássico para crianças e adultos, “O Balão Vermelho”) é certamente uma obra-prima.

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