16 de fev. de 2010

poema de amor


Amor à primeira vista
Brincava na vitrine
Entrei no pet shop.
Era ela, não havia photo-shop.
Não sabia quem era
Nem raça, nem cor, nem religião.
Linda lhasa-apso
Num lapso temporal trouxe-a comigo
No colo da palma da minha mão
Pura feição de coração
Afeição total
Incondicional.
Único ser vivo que me ama,
Demonstra no rabo abanando
Toda chegada uma festa,
Toda saída uma melancolia.
A vida nos separou por alguns meses,
O destino não quis.
Voltou, temporariamente, mas voltou.
Me faz companhia desde o primeiro dia de carnaval
Não dá um sinal de au-au.
Talvez por ser bisneta de baiana, embora tibetana
Vive dormindo na minha cama.
Não me deixa um só instante
Vigia meus passos, vigia meus gestos
Me acorda, pontualmente, as sete da matina
Londrina, urina no New York Times, varia.
Adora também o Le Figaro.
Seulement en la rue faz cocô.
Só carinho, só sombra e água fresca
Cenoura, banana e maçã
Ração, nem tanto
Tem razão, não deve ser sã.
Não é cachorra-fruta, muito menos desfrutável.
Passeia, desfila, pela casa como uma Adalgisa Colombo
Uma Martha Rocha
Uma Gisele-bicho.
Vai embora depois do Carnaval
Não, não é, nem nunca foi amor de carnaval.
É perenal, imortal, genial.
Milu, milove, eu lovo Milu
Até que a morte nos separe.
Adieu, ma chérie chien

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