17 de fev. de 2010

blog do noblat

Objets d’ Art - Tabaqueira com medalhão (1775/77)

O rapé (do francês “râper”, raspar) é o tabaco em pó para cheirar. A pipa, ou cachimbo, no entanto, já era conhecida em diversas partes do mundo. Nas planícies americanas onde era objeto usado em rituais sagrados, ou de grande importância para as tribos, depois da chegada do europeu ficou conhecida como “calumet”, palavra francesa que tem sua origem em “cana”.

Na época em que só índios americanos conheciam e usavam o tabaco para fumar, mascar ou cheirar, e que a planta ainda não tinha sido levada para a Europa, os Romanos e os Gregos já conheciam o hábito de fumar pipa, só que usavam outro tipo de vegetais, como as folhas da pereira. Há ensaios que se referem ao consumo da nicotina também no antigo Egito, mas sem que haja uma conclusão clara a respeito da origem da substância.

Em certas áreas da África os nativos conheceram o hábito de aspirar rapé antes dos europeus. No livro “Quando tudo se desmorona”, de Chinua Achebe, (Nigéria, 16 de novembro de 1930), um dos autores africanos mais conhecidos do século 20, há cenas descrevendo como os habitantes da aldeia Igbo eram usuários de rapé muito antes da chegada dos missionários britânicos. Em alguns países da África, tais como a África do Sul e a própria Nigéria, o rapé ainda é muito popular entre os mais velhos, apesar do uso estar em declínio.

No Brasil esse hábito foi bastante difundido até o início do século 20. Era visto de maneiras contraditórias: às vezes como hábito elegante, às vezes como vício. Há menções ao uso do rapé em obras de Machado de Assis (ex:“Bote de Rapé).

Em toda a Europa o hábito de cheirar rapé atingiu o ápice nos séculos XVIII e XIX, e decaiu na primeira metade do século XX. Para armazenar e levar consigo o tabaco em pó, os usuários precisavam de recipientes apropriados e surgem então as caixinhas dos mais diversos materiais, nobres ou não, tais como ouro, prata, madeira, papier-machê, porcelana. Algumas eram verdadeiras jóias.

A que mostramos hoje foi feita pelo ourives Johan Baltasar Gass, de São Petersburgo; em ouro, prata, diamantes lapidados, com um medalhão em relevo, gravado e modelado.
Acervo Museu Hermitage, São Petersburgo, Russia

Fontes: http://www.hermitagemuseum.org

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