21 de ago. de 2009

deu no blog do boechat

cartas de estocolmo

Knäckebröd

Você come pão sueco? Já ouviu falar, pelo menos?

Há um par de anos, descobri que o pão sueco, knäckebröd (pronuncia-se quinequebrœd) para os íntimos, fazia sucesso aí no Brasil. Parece que ficou conhecido com a moda de comer pão preto, feito com matérias-primas integrais, produtos naturais e coisas do gênero.

O típico pão sueco é sucesso aqui também, é claro.

Aliás, ele é mesmo originário daqui, da região de Värmland. Já existia há mil anos e era a base da alimentação, no tempo dos vikings. É um pão seco, que se quebra à toa, feito principalmente de centeio. Sua popularidade, entre outras coisas, se deve ao baixo peso e à facilidade de transportar e armazenar. Em lugar seco, dura muito tempo, já que contém menos de 10% de água.

O formato do pão é especial. Há os retangulares, os quadrados e uns sticks, feitos especialmente para servir como entrada ou tira-gosto. Mas o tradicional, mesmo, parece um daqueles longplays antigos, com um buraco no meio.

Já foi “comida de pobre”, mas, como disse, virou moda. Hoje em dia, segundo informação do Göteborgs-Posten, encontra-se em 85% dos lares suecos. Na Alemanha, o pão duro e seco é comprado por 45% das famílias. Mas até na França, terra da baguette, 8% das casas têm pão sueco na mesa!

Eu adoro knäckebröd. Gosto dele, em especial, passado no queijo de cabra com mel. É bom também com queijo espanhol, Manchego.

Há, porém, algumas coisas da etiqueta do knäckebröd que a gente tem de aprender. Por exemplo, knäckebröd é pior que pipoca, outra das minhas paixões. Esfarela-se completamente e, depois de degustado nos lençóis, deixará vestígios que nem a faxineira (inexistente nestas latitudes) poderia eliminar. Estou terminantemente proibida de comê-lo na cama. Se quiser fazê-lo vendo um filme na televisão, então tenho de ir para a sala. No quarto, definitivamente, não! Meu marido tem trauma!

Cada um tem suas marcas favoritas. O Wasa é conhecido, barato e exportado para diferentes países. Mas o que eu gosto mesmo é o Vilmas. O pão deles é feito com diferentes ervas e grãos, além do centeio tradicional. Não contém aditivos, é feito com produtos orgânicos e é, sem dúvida, uma delicada iguaria. De todos os sabores, meu favorito você encontra aqui: http://www.vilmas.se/products.php?lang=en&product=knacke_rye

Não sei se existe Vilmas aí, mas sempre que viajo, meus irmãos me pedem para levar comigo. Ultimamente, com medo das restrições à entrada de alimentos no Brasil, parei de levar as caixinhas tão apreciadas.

Agora, para terminar, retire as crianças da frente do computador, muna-se do seu melhor senso de humor, e prove um pouco do humor sueco.

É que, enquanto procurava na internet informação para escrever sobre o pão sueco, encontrei um vídeo muito interessante. Espero que meu tempo de Suécia não tenha deturpado de vez minha autocensura e senso de moral.

Deixo, no entanto, ao Noblat, a sugestão de publicar esta Carta de Estocolmo juntamente com o seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=mkyE7rBpxhU&feature=related

Só para ilustrar o texto, mostrar um pouco mais da vida na Suécia e comprovar mais uma das mil e uma graças do knäckebröd... Morando aqui há tanto tempo, nesse uso eu ainda não havia pensado...

Tenha um bom fim de semana!

Leitora do blog, Sandra Paulsen, casada, mãe de dois filhos, é baiana de Itabuna. Fez mestrado em Economia na UnB. Morou em Santiago do Chile nos anos 90. Vive há quase uma década em Estocolmo, onde concluiu doutorado em Economia Ambiental. Escreve no Blog sempre às segundas e sextas.

Um comentário:

  1. Ola, eu quero saber onde se pode comprar aqui noRio de Janeiro...
    contact@riofirst.com
    Obrigado

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