27 de jul. de 2009


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Newsweek Compra Briga Com Oprah

O terceiro número da Newsweek reformada que chega as bancas esta segunda-feira, vai mais longe nas críticas do que qualquer outra mídia mainstream numa reportagem de capa sobre os segmentos sobre saúde no programa de Oprah Winfrey. A mulher mais poderosa do showbiz americano, com uma fortuna avaliada em $2.7 bilhões, recusou-se a dar entrevista para a Newsweek e o site da revista durante o fim de semana já havia sido inundado por comentários pró e contra a reportagem.A revista acusa a apresentadora e empresária de promover tratamentos alternativos denunciados por médicos como perigosos para a saúde. Analisa em detalhes como doenças como autismo são tratadas no programa e conclui que o contraponto da opinião científica não tem o mesmo espaço do que as novidades apresentadas pelos convidados de Oprah.

No dia 15 de maio, a revista online Salon publicou um artigo do médico Rahul K. Parish, de São Francisco, destacando alguns dos mesmos segmentos citados pela Newsweek. Entre eles, a promoção de hormônios “bio-idênticos” (uma palavra sem significado médico) pela atriz Suzanne Sommers, em janeiro passado. Sommers, que tem 62 anos a anunciou a intenção de viver além dos 100, contou no ar que toma 60 vitaminas e suplementos por dia, além de aplicar na própria vagina uma injeção de estrogênio. A idéia de consumir hormônios “bio-idênticos” se destina a “enganar” o corpo de uma mulher madura a reagir à atividade hormonal de uma mulher de 30. No programa, Winfrey disse que, quando leu o livro de Sommers, resolveu tomar os suplementos e, depois de um dia tomando estrogênio “bio-idêntico” sentiu um enorme bem-estar.

A terapia hormonal, como se sabe há anos, aumenta o risco de infarte, derrame, coágulos e câncer para mulheres. A Newsweek consultou médicos sobre vários segmentos apresentados por Oprah Winfrey e eles, não só refutaram terapias e procedimentos cosméticos introduzidos no programa, como detalharam os riscos à saúde de mulheres que seguirem alguns exemplos dados pela apresentadora, seja na ingestão de suplementos como na escolha de novas teecnicas de cirurgia cosmética.

O médico Rahul K. Parish lembra que Winfrey é uma economia de escala sozinha. Ela é assistida por 40 milhões de pessoas semanalmente nos Estados Unidos. A revista O vende 2 milhõespor mês. Entre vários outros tentáculos a empresária agora deve atingir uma audiência de 70 milhões com seu canal de cabo, o Oprah Winfrey Network.

oprah-coverhomepageA controvérsia em torno do tema saúde no Oprah Winfrey Show já foi coberta na mídia americana mas a capa “Crazy Talk” (Papo Maluco) parece exemplificar a munição que a redesenhada Newsweek pretende usar. O projeto da revista é fazer uma cobertura mais profunda de temas, fugir do ciclo de notícias de 24 horas e atingir um público menor, mais educado. A audiência de Oprah, 90% feminina, com uma renda média de $36 mil por ano, não é o alvo demográfico predominante da Newsweek. Oprah Winfrey não deu entrevista mas mandou um comunicado escrito à revista, afirmando que seus convidados vão compartilhar de histórias na primeira pessoa para dar face humana aos tópicos, mas ela acredita que o público sabe a diferenca entre a informação médica e o endosso de um tratamento. A capa acima é a da edição americana da Newsweek. A capa da edicão internacional desta semana traz o Primeiro-Ministro inglês, Gordon Brown.

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